Esta pesquisa teve por objetivo investigar os processos e produtos das aprendizagens dos saberes escolares que configuram os currículos de História do ensino fundamental e médio no Brasil. Ela focalizou os saberes "aprendidos" ou as expectativas de aprendizagem que se materializam nos textos curriculares voltados para a aprendizagem elaborados para ou pelo aluno no âmbito dessa disciplina. O quadro teórico com o qual trabalhamos incorpora: 1) as discussões epistemológicas contemporâneas no campo acadêmico, tradutoras das tensões entre busca de verdades e contrução de sentidos na explicação e interpretação do mundo; 2) os debates atuais no campo do currículo entre as teorizações críticas e pós-críticas (pós-estruturalismo, estudos pós-coloniais; pós-marxismo); 3) os avanços e as contribuições da epistemologia social escolar; 4) as especificidades epistemológicas do conhecimento histórico e 5) Os estudos da linguagem e do discurso que apontam para a centralidade do campo da discursividade como campo da luta hegemônica em torno do estabelecimento do conhecimento verdadeiro. Essas interlocuções teóricas tem nos ajudado a compreender a aprendizagem como um ato de significação do mundo, reconhecendo igualmente que o sentido atribuído não se encontra nos saberes ensinados e aprendidos, mas nos sujeitos que ensinam e aprendem. Nesse entendimento assumimos o papel central da linguagem nesse processo, como produtora do conhecimento validado a ser ensinado e aprendido na educação básica. O diálogo com Norman Fairclough (1992) nos ofereceu categorias para a análise textual no material empírico que nos serviu de corpus nesta pesquisa: cadernos de apontamentos dos alunos, exercícios de fixação, instrumentos formais de avaliação, participação oral em sala de aula, textos diversos produzidos pelos alunos.